Hoje vou dar uma dica de um programa que pode ser baixado de graça e usado em várias línguas. É o SEBRAN. É simples de manusear e tem vários joguinhos que ajudam na alfabetização, no trabalho com a matemática e, para quem quiser, com línguas estrangeiras (nesse caso é só instalar a versão no idioma desejado). Outra vantagem desse programa é ajudar os pequenos a dominar o mouse e a gostar do computador. Se ensinadas, crianças de dois anos já serão capazes de entrar no jogo e brincarem sozinhas. Meus filhos gostavam principalmente do jogo "Aponte a figura" (ótimo para quem está trabalhando a alfabetização pelo método global), do "primeira letra"(ajuda a desenvolver a consciência fonológica), além dos joguinhos de matemática. Espero que vocês também gostem.
O aprendizado das cores é um dos marcos do desenvolvimento infantil e facilita uma série de outros aprendizados, como a noção(subjetiva) de adjetivo, a formação de pares de palavras e frases, a montagem de quebra-cabeças.
As crianças são capazes de perceber as cores desde bem cedo (por volta dos 4 meses), mas demora um pouco mais para que consigam ligar o nome da cor àquela característica do objeto. Isso porque a criança ainda não sabe, inicialmente, o significado da palavra cor, o nome dos objetos e nem de outras características. para exemplificar, vou criar uma língua estranha (como é o português para nossos bebês). Então mostro para ele um objeto como este e digo:
_ camalo vite
Depois pego outro objeto e digo:
_ratica bebalu
Aí mostro um terceiro objeto e digo:
_ canide chumaco
Seu bebê, que é muito inteligente, mas que ainda não conhece nenhuma dessas palavras, pode fazer mil inferências sobre as frases e não chegar a conclusão nenhuma. Você, por estar lendo um post sobre o ensino de cores, pode imaginar que as frases acima significam:
camalo vite: bola vermelha
ratica bebalu: caixa azul
canide chumaco: chapéu amarelo
E que, portanto, vite significa vermelho, bebalu significa azul e chumaco significa amarelo.
Certo? Errado...e se eu disser que as frases funcionam como no inglês e que camalo significa vermelho, ratica significa azul e canide significa amarelo?
Ou mais... alguém poderia concluir que na frase eu queria dizer bola macia, caixa grande e chapéu bonito.
Entende como é muito complicado para um bebê ou criança associar a característica do objeto ao nome da cor neste contexto?
Foi por isso que fiz, para os meus filhos, livros de cores. Deu um pouco de trabalho, pois tive que selecionar imagens de vários objetos da mesma cor (20 por livro) e passava para eles repetindo, por exemplo, carro vermelho, bola vermelha, estrela vermelha, sapato vermelho, caixa vermelha.
Se fosse no exemplo acima (no idioma imaginário), ficaria assim:
Camalo vite
ratica vite
canide vite
Agora ficou fácil inferir que vite significa vermelho... depois de ver 20 imagens desse tipo, você já terá certeza de que "vite", no nosso idioma imaginário significa vermelho e não se esquecerá mais da palavra vite.
Da mesma forma seu filho, após ver o livrinhos algumas vezes, saberá que a palavra "vermelho" se refere a uma característica específica do objeto e será capaz de identificar o objeto vermelho no meio de outros semelhantes, porém de outras cores. Nessa hora, você apresenta o segundo livro(por exemplo, o da cor azul). Aos poucos, vá acrescentando cada um dos livros. Em algumas semanas seu filho já saberá todas as cores(inclusive as secundárias).
Para facilitar o trabalho, vou disponibilizar aqui o arquivo em powerpoint com os livros prontos para impressão. Eles até podem ser apresentados no computador, mas acho mais interessante imprimir as imagens e encadernar, para que a criança possa manusear o material.
Qual é o ano mais importante da escola? Não! Não é a lfabetização, nem o primeiro ano do fundamental, muito menos o segundo grau. Errou também quem pensa que são os anos da educação infantil. É o terceiro ano do ensino fundamental (antiga segunda série). E o que torna este ano tão importante? É simples. Nessa época, a criança deixa de "aprender a ler" e passa a "ler para aprender". Então as crianças que nesta fase ainda não se tornaram leitores fluentes e capazes de compreender o que leem, tendem a ser deixados para trás. E a diferença entre as crianças daí para frente tende apenas a aumentar. Tanto isso é verdade que a capacidade de leitura no terceiro ano é capaz de predizer o aproveitamento e a evasão escolar até o segundo o segundo grau. A partir do terceiro ano, enquanto os leitores competentes tendem a aprender cada vez mais, buscando novos conhecimentos através da leitura e ampliando seu vocabulário a cada dia, as crianças com dificuldades na leitura tendem a evitar os livros, criando um ciclo vicioso. Resumindo, os que são melhores vão se tornar cada vez melhores e os fracos tendem a se tornar cada vez mais fracos. Baseado nisso, alguns estados americanos já estão recomendando que os estudantes que não desenvolveram ainda uma leitura competente(decodificação e compreensão) sejam retidos no segundo ano e/ou façam aulas de reforço para suprirem essa deficiência.
Concordo que fazer a transição do "aprender a ler" para o "ler para aprender" é fundamental para a vida (não só acadêmica) de qualquer pessoa, mas discordo da opinião de que o terceiro ano seja o mais importante. Acho que o terceiro ano apenas reflete a eficiência ou a deficiência de tudo que veio antes dele. Ensinar a ler e a compreender o que está sendo lido é um processo contínuo e que tem mais chance de sucesso quanto antes se iniciar. Crianças que aprendem a ler mais cedo chegam ao terceiro ano com uma fluência melhor e com uma experiência de leitura muito maior. É claro que isso aumenta a chance de que eles sejam leitores competentes nessa fase (ou até muito antes disso).
Gente! Amei esta reportagem! Ela vai ao encontro de tudo o que sempre defendi. Ao contrário do que geralmente acontece no Brasil, onde a maior parte das diretrizes em educação segue opiniões e teorias sem nenhuma comprovação científica, em países do primeiro mundo muita gente se dedica a etudar, com método científico, o que funciona ( e o que não funciona) em termos de educação. E não é que descobriram que muitas das práticas da "velha escola" davam certo? Vou colocar aqui os principais pontos do artigo, explicando porque algumas dessas práticas são importantes. Para quem quiser conferir, deixo o link abaixo com a reportagem original em inglês.
Raizes (gregas e latinas) das palavras: Permite que as crianças aprendam novos vocabulários e facilita a dedução do significado de novas palavras pelo seu contexto. O segredo é não apenas faze-los decorar, mas estimular as crianças a usarem este conhecimento em tarefas mais complexas. Decorar os fatos(adição e subtração) e a tabuada: Apesar de muitos educadores defenderem que decorar faria com que as crianças perdessem a vontade de aprender, decorar os fatos e a tabuada é um pré-requisito para que os estudantes consigam fazer atividades mais complexas(e mais interessantes) em matemática. A única forma de atingir a "automatização" é praticando...e praticando...e praticando. Além disso, muitos estudiosos que observaram a diferença entre a pontuação de crianças americanas e asiáticas em testes internacionais atribuem a superioridade dos estudantes orientais à seus conhecimentos de fatos e tabuada. Muitos dos erros cometidos em problemas matemáticos mais complexos se devem à uma falta de memorização adequada das contas básicas. Escrever à mão: Pesquisas mostram que escrever letras à mão, ao invés de simplesmente digita-las em um computador, não só ajuda as crianças a desenvolverem sua coordenação motora fina mas também aumentam a sua capacidade de reconhecer letras. Esta capacidade(reconhecimento das letras), por sua vez, prediz as habiliades de leitura aos 5 anos. Cuidado com as escolas que enfatizam a digitação em substituição à escrita manual, principalmente para as crianças mais novas. Argumentação: Nos dias atuais, a habilidade de argumentar é mais importante do que nunca. E os estudos mostram que a capacidade de argumentar ajuda os estudantes a aprenderem melhor também. Leitura em voz alta: Vários estudos mostram que quando lemos em voz alta para uma criança, seu vocabulário e seu entendeimento da estrutura da sentença melhoram.
Ninguém questiona mais a importância e as vantagens de aprender um segundo (e terceiro, quarto, quinto..)idiomas no mundo atual. Quando nossas crianças chegarem ao mercado e trabalho, o inglês fluente terá deixado de ser uma vantagem para ser um pré-requisito. Mas, se a criança já está aprendendo inglês, que outro idioma ensinar? As opções são muitas e há vantagens e desvantagens de cada um, deixando os pais em uma cilada.
Alguns pensam que o natural seria estimular o ensino do espanhol, por ser mais fácil e pela proximidade do Brasil com outros países de língua espanhola. Outros acham que, justamente pela facilidade que os brasileiros têm na aquisição dessa língua, o aprendizado poderia ser deixado para mais tarde.
Alguns acham legal ensinar francês, enquanto outros argumentam que é uma língua em decadência em termos d importância mundial.
E o mandarim? Alguns acham que é muito dífícil para uma criança. Outros acham que, justamente por ser difícil, tem que ser aprendido na infância. Alguns poucos ainda argumentam que não é necessário falar mandarim porque na china todos falam inglês.
E por aí vai... eu mesma sempre tive essa dúvida. Minha filha estuda em escola internacional e já tem o inglês fluente. Ela adora línguas e já me pediu para fazer aula de espanhol, de mandarim, de japonês, etc. Só que é simplesmente impossível arrumar tempo para escola semi-integral, natação, kumon e diversão. Já vi que teremos que optar, no momento, por apenas mais uma língua. Mas qual?
Encontrei essa resposta nas minhas pesquisas sobre educação. No meio de uma reportagem sobre as universidades asiáticas, havia uma lista dos idiomas mais valorizados pelos maiores empregadores mundiais.
Além do inglês (isto já está fora de discussão), os idiomas mais valorizados, nessa ordem, são:
1- Mandarim
2- Francês
3- Espanhol
4- Alemão
5- Japonês
6 - Árabe
7 - Italiano
8 - Russo
9 - Português
Gente...é claro que é preciso levar em consideração aspectos práticos. Se você tem um parente próximo que é fluente em Italiano ou Russo, vale a pena pedir que a pessoa converse com seu filho nesse idioma. Se em sua cidade não existe uma escola ou professor de Mandarim, vale a pena colocar seu filho em uma aula de francês. Mas se você tem duas opções mais ou menos semelhantes e não pode optar por ambas, acho que a lista ajuda a decidir.
E como ensinar um segundo idioma?
Não tenho dúvidas de que a melhor forma é a imersão, se possível com um falante nativo daquela língua. Crianças que falam um idioma com cada um dos pais e um terceiro idioma na escola são acapazes de aprender naturalmente os três. Infelizmente, nem sempre isso é possível. Nesse caso, temos a opção de escolas internacionais, escolas bilíngues, aulas particulares ou em pequenos grupos, além dos cursos de idiomas. Aprendizado on line ou através de vídeos se mostra pouco eficiente para crianças, pois elas precisam de interação para aprender. Por outro lado, se você aprende junto com seu filho e interage com ele enquanto assiste os vídeos, podem ser uma ferramenta útil.
Não tenho uma boa experiência com a alfabetização simultânea em português e inglês com o método de palavras inteiras. Quando comecei com minha filha, eu apresentava português com letras vermelhas e inglês em letras verdes. Ela aprendeu todas as palavras corretamente e antes de 2 anos já lia frases inteiras em inglês, mas um dia viu a palavra "night" e falou: como se lesse em português: "mamãe...ni...ni oquê?" Nessa época ela começando a dominar a leitura fonética de palavras que não conhecia em português e percebi que ensinar em inglês poderia atrasar o domínio dessa língua. Parei tudo e só com 3 anos e meio, quando ela já lia e escrevia fluentemente em português, voltei a apresentar livros em inglês. Aí ela aprendeu praticamente sozinha. O som da maioria das consoantes é igual. Tudo que tive que fazer foi mostrar algumas diferenças (dizia, por exemplo: em inglês, ph tem som de f e o h tem som de r). Muitas regras ela conseguiu perceber sozinha e antes dos 4 anos lia livros simples também em inglês.
Realmente não sei dizer o que teria acontecido se tivesse insistido no aprendizado das duas línguas simultaneamente. Podia até ser que tivesse dado certo, mas preferi não arriscar. No início, não é tão simples para a criança associar o que está escrito a determinado som. Se ela tiver que associar as mesmas letras a dois sons diferentes acho que pode atrapalhar essa "automatização" da leitura.
Este conselho eu sigo à risca! Muito interessante esse texto.
Elogie do jeito certo.
" Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.
O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.
O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.
Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência.
As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.
A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.
No entanto, isso não é tudo.Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.
Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muitolegal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.
Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.
Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.
Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa. "
MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante.
Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.
Notícia veiculada na revista Galileu de jan de 2011.
Todos sabemos o quanto a saúde do corpo contribui para a saúde da mente. O exercício físico, além de ajudar a prevenir obesidade e várias outras doenças, é capaz de melhorar a concentração e o desempenho acadêmico das crianças e adultos. Então, por que não iniciar cedo? Crianças que têm a oportunidade de se exercitar vão se desenvolver melhor, terão menos problemas respiratórios e aprenderão a gostar de exercícios desde cedo, incorporando esta prática na vida delas para sempre. Não! Não estou falando de colocar seu filho na natação, judô, ballet ou futebol aos 3 ou 4 anos. Estou falando de começar cedo mesmo. Que tal assim que chegarem da maternidade? Existem várias atividades que podem ser feitas com as crianças nos primeiros meses de vida e que ajudam no desenvolvimento do sistema cardiovascular e da coordenação motora grossa. Vou falar aqui de algumas delas. 1º- Coloque a criança no chão. Não precisa ser diretamente no chão, é claro. Mas se na sua casa houver um chão seguro e quente, também não vejo problema. Com meus filhos, forrei o chão do quarto com EVA(recomendo um com peças grandes lisas, mais fáceis de limpar). Existem também tapetes de atividades que são antiderapantes e térmicos. Lindos e funcionais, mas caros. De uma forma ou de outra, o importante é que a criança tenha a chance de ficar no chão. Um colchão, por mais duro que seja, não trabalha tanto a musculatura do bebê. Também não gosto da idéia de forrar o chão com edredon, pois este escorrega quando a criança tenta se movimentar, deixando-a frustrada.
Tapete infantil 2,00 m x 1,80 m
2º- É muito importante ficar de bruços. Se tiver que fazer uma única coisa pelo desenvolvimento motor do seu filho nesta fase, deixe-o de bruços. Isso vai fortalecer a musculatura do pescoço, do tronco e dos bracinhos, facilitando todos os movimentos mais tarde. A maioria das crianças não fica confortável ao ficar muito tempo de bruços, mas aos poucos elas se acostumam. Deixe-a um pouco e vire novamente quando ela se cansar. Um tempo depois, coloque-a novamente nesta posição. Também é útil conversar, cantar e colocar brinquedos para distraí-la neste momento.
Sobre dormir de bruços, discordo do Glenn Doman. Existem vários estudos sugerindo que dormir de bruços aumenta o risco de morte súbita. Está certo que a metodologia de alguns desses estudos pode ser questionada, mas as evidências científicas são cada vez mais fortes neste sentido. Então, primeiro a segurança. A criança dorme de barriga para cima e fica de bruços quando estiver acordada, OK?
3º- Estimule a criança a rolar. Você pode fazer isso deixando que ela segure um de seus dedos e puxando-a levemente até que role e fique de bruços. Quando a criança se cansar, ajude-a a rolar novamente ao invés de vira-la simplesmente. 4º- Faça passeios com seu filho no colo, e não apenas no carrinho. Sentir o balanço ao andar e ser movimentado de um lado para o outro, para cima e para baixo, vai ajuda-lo a se sentir mais seguro com os esportes mais tarde. 5º- Coloque seu filho em cima do trocador ou em um tapete pequeno e balance devagar para frente e para trás, de um lado e para o outro ou girando. Faça isso com o bebê de barriga para cima e também de bruços. É importante que você esteja se divertindo. Além disso, o movimento não pode ser forte a ponto de assustar o bebê. Pode gerar um pouquinho de desconfiança no início, por ser uma coisa nova, mas logo ele deverá se acostumar. 6º-Faça muita massagem em seu bebê. Comece do rostinho, pescoço e siga de cima para baixo, do centro para a extremidades(inclusive nas mão e pés). Depois vire-o de bruços e faça novamente. Aproveite para, de leve, estimular a extensão dos músculos posteriores da perna, pois o alongamento dessa musculatura é importante para que ele comece a andar depois. 7º- Quando ele for capaz de ficar sentado com apoio, coloque o sentado em sua cocha apoiando o tronco. A cada dia, tente baixar um pouco mais o local de apoio. Balançar levemente a coxa nessa hora também é válido, pois desloca o centro de equilíbrio da criança, fazendo com que ela trabalhe a musculatura e o equilíbrio para encontrar uma nova posição. Este exercício também pode ser feito colocando-a sentada em cima de uma dessas bolas de pilates ou fisioterapia. Se utilizar uma bola menor, deixe seu filho se sentar abraçando a bola, se apoiando nela. Sempre fique por trás para dar apoio caso ele se desequilibre. 8º- Com a criança de bruços, estimule-a a se mover. No início ela vai sentir muita dificuldade, mas aos poucos o processo vai ficando cada vez mais fácil. Glenn Doman recomenda usar uma rampinha que chamamos de Crawling track. Funciona como uma espécie de escorregador para que a criança se mova com mais facilidade, já que terá a ajuda da gravidade. A rampa deve ser colocada com uma inclinação onde a criança não escorregue sem esforço, mas que consiga deslizar caso mova as perna e braços com esta intenção. Aos poucos, o bebê percebe qual o tipo de movimento precisa fazer para se deslocar e se moverá com uma facilidade cada vez maior, até que conseguirá se mover em um solo plano.
9º- Quando a criança conseguir se mover em um terreno plano, deixe que ela se arraste mais e mais. Coloque brinquedos fora do seu alcance, chame-a para próximo de você e brinquem de se arrastar juntos. Quanto mais ela se arrastar, mais fortalecerá seus membros e seus pulmões. Nessa fase é legal deixa-los de Body para que o atrito da barriguinha não atrapalhe o movimento. Se possível, ss perninhas devem estar peladinhas pois o atrito delas com o chão é necessário para que a criança se impulssione para frente. 10º- Quando o bebê for capaz de se arrastar, comece a coloca-lo em tapetes felpudos e outros tipos de solo que dificultem o movimento. Também vale engatinhar para ele ver como se faz e estimula-lo a tirar a barriga do chão colocando-o na posição em quatro apoios. Logo ele estará engatinhando para todo lado. E aí, é só deixa-lo no chão o maior tempo possível. Nessa hora, é útil usar joelheiras para bebê e calças com reforço no joelho. 11º- Se ele já é capaz de engatinhar de forma consistente, é hora de ensina-lo a ficar de pé e caminhar apoiado. Algumas crianças, mesmo antes de se sentarem sozinhas ou engatinharem, já conseguem ficar em pé se agarrando nas grades de berço. Só não acho que vale a pena estimula-lo a andar antes de engatinhar, pois esta fase é muito importante para o desenvolvimento do bebê. 12º- Para ensina-lo a ficar de pé apoiado, qualquer coisa é válida: sofá, cadeiras, berço e até sua própria perna. O importante é que seja seguro(sem quinas ou objetos que possam quebrar por perto) e que você deixe a criança tentar ficar de pé sozinha. Assim que ela conseguir ficar de pé, estimule-a a andar de lado (você pode fazer isso colocando objetos fora do alcance dela em um lado ou outro do sofá, por exemplo). Para essa fase, gosto particularmente das cerquinhas de plástico próprias para bebês. Mas não use-as como cercadinho. Queremos dar liberdade ao bebê, e não prendê-lo.
13º- Se a criança já é capaz de ficar de pé com apoio, é hora de estimula-la a se soltar. Primeiro deixe que ele solte as mãos enquanto apoia as costas na parede ou no sofá. Depois que ele estiver mais firme, comece a tentar deixa-lo de pé por alguns segundos sem nenhum apoio. Quanto mais ele fizer isso, mais tempo ele vai conseguir se manter de pé. Algumas crianças, têm medo de ficar de pé. Se acontecer com seu bebê, tente distraí-lo co alguma úsica, batendo palmas ou deixando com que segure algum brinquedo macio. Ele vai se esquecer de que está de pé por alguns segundos e não vai se jogar no chão. Aos poucos, vai perdendo o medo.
Neste video a Fernanda havia acabado de fazer 6 meses
14º- Seu bebê já fica de pé sem apoio por alguns segundos? Já anda se apoiando no sofá? É hora de mostra-lo que ele pode andar sozinho. para esta fase, ainda não achei nada melhor que esses brinquedos primeiros passos feitos para bebê. Eles fornecem um lugar para que a criança segure e ande apoiando no carrinho ou bichinho, enquanto escuta alguma música. O melhor é que o brinquedo não tenha trava nas rodas. Ou seja, se a criança se apoiar jogando todo o peso no carrinho, ele deve andar rapidamente para frente(por isso ela vai precisar da sua supervisão para brincar). Parece controverso, mas a questão é que, se for usado um carrinho que trave as rodas e permita que a criança se apoie, ela não vai desenvolver o equilíbrio necessário para andar, que é a parte mais difícil do processo. O mesmo ocorre com o andador. Ele vai ensinar a criança a mecher as perninhas, mas não vai permitir que ela desenvolva o equilíbrio. Existem vários estudos mostrando que crianças que usam andador andam, em média, mais tarde do que aquelas que não usam.
Neste video a fernanda já andava sem o carrinho, mas continuava gostando do brinquedo. Não encontrei um de quando ela estava começando, mas dá para vocês verem de que tipo de brinquedo estou falando.
Dica: Uma opção mais barata é a cadeira de plástico. Não é tão eficiente porque precisa estar em um solo bem liso e mesmo assim acaba oferecendo uma certa resistência ao movimento do bebê, mas não deixa de ser uma opção. 15º- Um dia seu filho vai estar de pé sem apoio e, do nada, vai dar o primeiro passinho. Geralmente será apenas um ou dois antes que ele caia, mas será um momento emocionante. Agora é só deixa-lo andar e andar e andar. Quanto mais oportunidades ele tiver para isso, mais segurança vai ter. Nessa época, é muito importante escolher bem os sapatos. pés descalços, sapatilhas e meias antiderrapantes são ótimas para ficar em casa. Para sair, escolha sapatos com o solado macio. Deixe a criança andar em diferentes superfícies (areia, grama, etc) e continue dando oportunidade para que ela engatinhe, suba escadas, role e se arraste.
Fefê começando a andar
Poucos dias(e muito treino) depois...
Coloco os vídeos para vocês perceberem que, com estímulo, é possível fazer muito pelo desenvolvimento de nossos pimpolhos. Espero que o post de hoje ajude muitas mamães.
Hoje vou falar de um método diferente: Kumon. Muitas gente já deve ter ouvido falar, mas poucos conhecem de verdade. Quando eu era criança, pensava que Kumon era como uma aula de reforço, para crianças maiores e com dificuldades na escola. Foi uma grande amiga, descendente de japoneses e com filhos pouco mais velhos que os meus, que me contou sobre o Kumon para pré escolares. Na mesma época, estava tentando ensinar matemática para minha filha mais velha através do método Doman (reconhecimento de bolinhas vermelhas dispostas de maneira aleatória em um cartão de 30 x 30 cm), mas não via progresso. Resolvi conhecer o Kumon.
Na época estava em Belo Horizonte e liguei para a central de lá, perguntando se poderiam me indicar alguma unidade com experiência em pré escolares. A coordenadora foi muito atenciosa. Me explicou que quase ninguém tinha experiências com crianças tão pequenas, mas que havia uma professora que havia começado a usar o método com o próprio filho quando ele ainda tinha 2 anos. Talvez ela pudesse aceitar minha filha, na época com a mesma idade. Essa pessoa maravilhosa não só aceitou o desafio como destinou uma assistente para acompanhar minha filha durante todo o período na unidade(por 1 hora, duas vezes por semana). Para deixar tudo mais divertido e ainda estimular a coordenação motora, ela fazia as atividades do dia e depois brincava de lego, de massinha ou de colorir com a assistente. Também liam livros infantis e fazim jogos tipo memória. Nos dias em que ela não tinha aula na unidade, fazia as atividades em casa. Como um dos objetivos do Kumon é criar hábito de estudo, ela fazia algumas folhinhas todos os dias.
Nessa época ela já sabia a sequência numérica até 50, mas quando ia contar uma quantidade maior de objetos ela se perdia, pois contava o mesmo desenho 2 vezes ou deixava de contar outros. Era como se apontar as figuras e falar a sequência numérica fossem duas coisas dissociadas. Ela começou do primeiro estágio e isso permitiu corrigir essas deficiências e formar uma base sólida para os conteúdos que viriam. Hoje, com 5 anos, ela está fazendo o estágio C (multiplicação armada). Acha matemática fácil e gosta de aprender coisas novas. Tudo porque teve uma base sólida. É claro que algumas vezes ainda fica insegura ou enrola para começar a fazer algum bloquinho por querer brincar, mas já entende a importância da disciplina e do esforço, além de dizer que seus filhos farão Kumon desde pequenos. Não é um bom sinal?
Vou descrever como funcionam os estágios iniciais. É importante lembrar que a criança avança em seu próprio ritmo de aprendizado, e não pela sua idade ou pela sua série escolar.
7A- O primeiro estágio. A criança vai aprender a contar até 10 relacionando com a quantidade e com o numeral. Depois, aprenderá a contar bolinhas vermelhas (nada me tira da cabeça que a matemática do método Doman se inspirou no kumon), mas aqui as bolinhas aparecem organizadas em fileiras de 5 bolinhas. A crianças aprende a reconhecer a quantidade só de olhar para as bolinhas e ainda começa, sem ser cobrada, a fazer as primeiras inferências sobre adição. (5 bolinhas mais uma bolinha são 6 bolinhas) e multiplicação (2 fileiras de 5 bolinhas são 10 bolinhas). Outra coisa interessantíssima. Desde o início das bolinhas, as crianças são orientadas a contar da esquerda para a direita e de cima para baixo. Fundamental para desenvolver a lateralidade, o que facilitará (e muito) a leitura). Nesse primeiro estágio, a criança não precisa nem pegar no lápis.
6A- É a continuação do estágio 7A. As crianças aprendem a contar, reconhecer as quantidades e os numerais até o 30.
5A- Estágio voltado para trabalhar a concentração e coordenação motora. Começam a trabalhar com o lápis, inicialmente traçando linhas verticais, curtas e com espaços largos. Aos poucos, o espaço se torna mais estreito, o traçado mais longo e os trajetos mais complexos( linhas horizontais, linhas curvas, voltas, etc). Na segunda parte do estágio, existem alguns exercíos de ligar pontos, que ajudam a reforçar a sequência numérica e alguns para que a criança comece a aprender a traçar os numerais.
4A. Reforçar a sequência numérica até o 100, o sentido da leitura(da esquerda para a direita e de cima para baixo). Muitas atividades para treinar a escrita dos numerais. Noção de dezena e unidade, contar de 10 em 10.
3A. Sequência numérica até o 220. Adição (começam com + 1 e aumentam progressivamente)
2A. Subtração (Corresponde ao conteúdo do atual primeiro ano do fundamental-antigo pré)
A. Adição e subtração de números maiores (Conteúdo da antida primeira série-atual segundo ano)
B. Adição e subtração armadas. Problemas.
C. Multiplicação (tabuada e depois multiplicação armada, com níveis de dificuldade progressivos). Início da divisão D. Divisão metal e armada, divisores, MDC, MMC E.Frações F. Frações G, H,I: algebra básica e equações J,K,L,M,N,O: aplicação das capacidade e conhecimentos adquiridos Bom...não posso falar além do estágio C, que é o que conheço bem, mas o que vejo com o Kumon é que ele realmente dá uma base sólida para as crianças. Claro que não é perfeito. Acho que trabalham pouco o raciocínio e que deixam de fora algumas matérias importantes. Por outro lado, a sólida base de cálculo facilita o aprendizado de todos os outros conteúdos, além de tornar a criança mais confiante em suas capacidades. O que vejo hoje em dia é que todas as escolas estão muito preocupadas em ensinar brincando, em fazer a criança entender e não decorar. É tudo muito lindo na teoria, mas na prática não funciona. É claro que é ótimo aprender de forma divertida e é fundamental que o aluno entenda o que está fazendo, mas evoluir na matemática sem saber na ponta da língua os "fatos" e a tabuada é impossível. Funciona bem para as contas simples, mas na hora de fazer as mais complexas ou de fazer um cálculo mental no dia a dia não é nada eficiente ficar usando os dedos. Por isso, recomendo começar cedo com o Kumon, trabalhando em paralelo noções de matemática com materiais concretos e jogos, sempre mostrando como aplicar o conhecimento no dia a dia. Dicas: 1. Para quem por algum motivo não quiser ou puder matricular os filhos no Kumon, existem o Kumonbooks, vendidos no site do Amazon e que podem ser entregues pelo correio. O material é em inglês, mas dá para aproveitar bem. Estes livros são bem coloridos e têm praticamente todo o material do kumon dado no curso, só que com um número de repetições bem inferior. Existe uma sequência de livros a serem trabalhados que é encontrada no verso de cada volume e orienta as compras. Outra vantagem é a presença de livros com assuntos não trabalhados no curso, como desenho, recorte, dobradura, colagem, ver a horas e fazer labirintos.
2. Para quem for a uma unidade, procure uma orientadora com experiência em pré escolares e, se possível, que também seja mãe. Fuja daquelas que não são flexíveis. A criança deve começar se sentindo confortável, com pouco material por dia e com um assunto relativamente fácil. Com o tempo, ela vai ficando mais confiante e concentrada, e aí a quantidade de material pode ser aumentada aos poucos.
3. Não se importe em repetir várias vezes o mesmo bloco. Muitas vezes isso é necessário, principalmente para as crianças menores. Por outro lado, desconfie se a criança mostrar-se muito segura ao fazer os exercícios e tiver que repetir diversas vezes apenas por não ter atingido o tempo estipulado. É natural que crianças menores façam as atividades em um tempo mais longo por terem uma coordenação motora um pouco menos desenvolvida e um menor período de concentração. É preciso conversar com a orientadora e manter o bom senso.
4. Não matricule a criança em todas a matérias de uma vez. Comece com uma e só coloque outra quando a criança se sentir confortável com a primeira. No casos das crianças que fazem mais de uma matéria, é preciso diminuir o número de folhinhas de cada uma para não deixar o processo estressante.
5. O Kumon tem também um aplicativo gratuito no ipad para treinar o traçado da letra bastão. É só buscar Kumon que vocês o encontrarão .
Aproveitando a proximidade do Natal, resolvi fazer um post com indicação de alguns livros. São uma ótima opção de presente e considero que realmente vale a pena te-los em casa, já que serão lidos muitas e muitas vezes.
Coleção Mico Maneco I
Os textos foram escritos pela autora com o objetivo de ajudarem na alfabetização do prórpio filho. A coleção é formada por 20 livros divididos em 5 estágios, mas vou me focar no primeiro estágio (Coleção Mico Maneco I). São livros com histórias divertidas, formadas por frases curtas e sílabas simples, oferecendo às crianças uma fascinante aventura: aprender a ler, lendo!
Outra vantagem é que essa ainda é uma das poucas coleções para crianças em fase de alfabetização que usa a letra de forma. Conheci a coleção quando minha filha mais velha tinha 2 anos e 9 meses e já lia alguns livrinhos, mas logo me apaixonei. Ela leu todos os livros mais de uma vez. Com meu mais novo, fiz questão de eleger o "Cabe na Mala" como seu primeiro livro.
Para a criança que está começando conhecer o mundo das letras, a Editora Ática vem publicando há quase trinta anos a coleção Estrelinha, de Sonia Junqueira. Os livros são escritos em letra bastão escritos com letra bastão com textos curtos e linguagem direta, que se repete em sua estrutura, além de muitas vezes se utilizar de rimas, e claro, sempre de muito humor. As narrativas apenas de palavras com sílabas simples, ou seja, mantém a estabilidade consoante + vogal. O primeiro livro que minha filha mais velha leu foi dessa coleção (O Galo Maluco). Na época tivemos acesso a um exemplar mais antigo, ainda escrito em letra de forma.
Li muitos destes livros quando ainda era criança. Escritos por Mary Françca e Eliardo França, esta foi a primeira coleção que comprei para minha filha. Ela gostava tanto que com 1 ano e meio já reconhecia todos os títulos pela capa e nos pedia um após o outro. Sempre adorou as histórias. São livros com poucas palavras e personagens simpáticos, que atraem a atenção das crianças. Diferentemente das duas coleções acima, essa não se preocupa em unir em um só livro apenas palavras formadas por sílabas simples. Por outro lado, o fato de muitos personagens e palavras serem comuns em várias das histórias facilita a leitura para aquelas crianças que estão aprendendo pelo método de palavras inteiras.
Esta coleção também era escrita em letra de forma até há poucos anos, mas agora só encontramos exemplares novos escritos em caixa alta. Para a criança que está aprendendo com letra de forma, isso pode dificultar a leitura inicialmente, mas se alguém ler para ela apontando as palavras, logo ela será capaz de fazer a correspondência entre os dois tipos de letra e conseguirá entender qualquer uma delas.
Este foi o primeiro video que fiz da minha filha lendo. Demorei um tempo até conseguir filmar ela lendo uma sequência boa de palavras, pois é difícil nessa idade prender a atenção deles por muito tempo. Fernanda estava com 1 ano e 4 meses.
Poucos meses depois já é muito nítida a evolução na fala e na leitura. Neste vídeo ela estava com 1 ano e 9 meses.
Com mais ou menos 2 anos e meio, ela já lia de forma independente. Isso quer dizer que era capaz de ler livros com palavras que nunca havia visto antes, pois já dominava os sons dos fonemas, as sílabas e a união dessas para a formação de palavras. Algumas vezes ainda ficava insegura para ler palavras maiores formadas por sílabas complexas. Neste vídeo ela está lendo um livrinho que havia acabado de ganhar. Estava com 2 anos e 11 meses.
Antes dos 3 anos e meio, já é possível que a criança leia, com fluência, pontuação e entendimento, qualquer livro infantil, mesmo aqueles que contenham palavras mais complexas. No vídeo seguinte, a Fernanda está lendo outro livro que acabou de ganhar. Ela estava com 3 anos e 5 meses.
Bom...espero que sirva de estímulo para quem está pensando em começar. No início, muitas vezes ficava desanimada e achava que meu esforço estava sendo em vão. Nessa época, ver vídeos de outras crianças que haviam aprendido pelo método me motivou bastante!
O texto de hoje é sobre consciência fonológica. O nome é complicado, mas o conceito é simples. Consciência fonológica consiste na capacidade de analisar e refletir sobre a estrutura de fonemas da linguagem oral. Seu desenvolvimento é progressivo, em geral na seguinte ordem:
1. Noção de palavra: capacidade de seguimentar a frase em palavras e de organizar palavras em uma oração com sentido.
2. Noção de rima: É a capacidade de identificar semelhanças nos sons finais das palavras (caminhão, balão) 3. Aliteração Capacidade de identificar ou repetir a sílaba ou fonema na posição inicial das palavras
4. Consciência silábica É a capacidade de segmentar palavras em sílabas.
5. Consciência fonêmica Capacidade para manipular e isolar as unidades sonoras que constituem a palavra.
O seu desenvolvimento começa cedo e é progressivo, dependendo do desenvolvimento cognitivo da criança mas também de suas experiências linguísticas. O mais importante é que a capacidade de leitura e escrita está diretamente ligada à esse desenvolvimento. Exercícios para desenvolvimento da consciência fonológica facilitam o processo de alfabetização, assim como ler e escrever ajudam no desenvolvimento da consciência fonológica. Assim, oferecer à uma criança o contato frequente com a linguagem escrita é o primeiro passo, mas as brincadeiras que estimulam a CF serão muito importantes para ajuda-las a discriminar melhor os sons da fala, assim como entender a relação entre a linguagem oral e a escrita. Aqui estão algumas sugestões: 1- " O sapo não lava o pé" Essa música é uma ótima brincadeira para estimular a CF. As crianças adoram e ela pode ser usada, com pequenas adaptações, com vários propósitos:
Para as crianças bem pequenas, que ainda não falam, o melhor é cantar:
O sapo não lava o pé Não lava porque não quer Ele mora lá na lagoa Não lava o pé porque não quer
Mas que chulé!!!
Depois, é só seguir para as variantes da letra com cada uma das vogais:
"AAAAAAAAAA A sapa na lava pá Na lava paca na cá Ala mara la na laga Na lava pá paca na cá Mas ca chalá!"
"EEEEEEEEEEEEEEEE É sepe ne leve pé Né leve pequé né qué Ele mere lé ne legue Ne leve pé peque ne qué Mes que chelé!"
"I I I I I I I I I I I ! I sipi ni livi pí Ni livi piqui ni qui Ili miri li ni ligui Ni livi pí piqui ni qui Mis qui chili!"
"O O O O O O O O sopo no lovo pó No lovo poco no có Olo moro lo no logo No lovo pó pocó no có Mos có choló!"
"UUUUUUUU U supu nu luvu pú Nu luvu pucu nu cu Ulu muru lu nu lugu Nu luvu pú pucu nu cu Mus cu chulu!"
Para as crianças que estão começando a falar, uma variante é cantar omitindo as sílabas finais das frases, permitindo que a própria criança diga tal sílaba. Se ela não disser, você completa, mas tente demorar um pouco mais para falar a última sílaba, dando oportunidade para que a criança fale. Outra coisa interessante é pegar cartazes ou fantoches de cada vogal e apresenta-las como amigos, diga o nome de cada uma e dance com ela mostrando para a criança enquanto canta a versão da música correspondente. Isso permite que tanto a letra quanto seu som seja ensinado de forma lúdica. Logo você poderá brincar de cantar a música e deixar que a criança descubra qual dos amiguinhos (vogais) está cantando. Assim que seu filho/aluno dominar a brincadeira acima, faça o oposto. Mostre a vogal. A criança deverá falar o nome da mesma e cantar a versão correspondente da música.
2- rimas: - use versinhos populares, músicas e fonemas com rimas para brincar com seu filho. Além da CF, isso permite o desenvolvimento da fala, a ampliação o vocabulário e ótimos momentos. Para as crianças que estão aprendendo a falar, é útil deixa-la completar o final dos versos. - você fornece três ou mais palavras e a criança deve identificar aquelas que terminam com o mesmo som. Pode ser feita apenas oralmente ou também com as palavras escritas. No último caso, vocês podem aproveitar para circular a parte final da palavra, mostrando que o mesmo som coresponde à mesma sequência de letras.
3- Aliteração - Você fornece 3 ou mais palavras e a criança deve dizer quais começam com o mesmo som. Comece pedindo que identifique palavras começadas com a mesma sílaba (Ex: pato, panela e relógio) e apenas quando a criança começar a dominar o som isolado de cada fonema tente a variante com o mesmo fonema inicial, porém com sílabas diferentes (Ex: pato, pena e rato). Você vai perceber que é relativamente simples para a maioria das crianças determinar as palavras que começam com a mesma sílaba, mas elas podem se confundir quando precisam identificar os fonemas iniciais, como no segundo exemplo. Uma coisa que funcionou com meus filhos, mesmo ainda bem pequenos, foi associar os sons das consoantes com objetos(como eu tinha aprendido na minha alfabetização). Aí dizia um monosílabo e perguntava quem estava falando. Por exemplo: o "P" era o papai e o "M" era a mamãe. Eu mostrava o som isolado de cada uma dessas letras e depois brincava de falar uma palavra sílaba e eles tinham que me dizer quem estava falando. Eu dizia: "pé" e eles diziam: É o papai! Eu dizia "Muuuu" e eles diziam: É a mamãe!"Aos poucos eu introduzia outros sons de consoantes e ampliava a bincadeira, até que eles dominassem os sons principais de cada uma delas.
4- Segmentação silábica Brincadeira simples, mas muito eficiente. Entender que as palavras que ele lê de maneira global é formada por sílabas é o primeiro passo para a leitura e escrita independentes. Além disso, esse exercício ajuda na articulação da fala. E criança que fala certo escreve melhor.Você dá uma palavra e a criança deve repeti-la batendo uma palma para cada sílaba ou dando um pulo para cada sílaba. Comece com palavras menores e vá aumentando.
5- Síntese silábica: você dá as sílabas e a criança deve formar a palavra. Pode ser feita na versão oral e também na escrita (com cartões contendo as sílabas) a versão escrita é também muito útil para trabalhar a lateralidade, pois a criança vai perceber que as sílabas devem ser dispostas da esquerda para a direita e não em uma ordem aleatória.
6- Manipulação silábica: sapato - sa = A criança deve responder "pato" jacaré - ré = A criança deve responder "jaca"
cama + leão= A criança deve responder "camaleão"
7-Transposição silábica Inverter as sílabas das palavras dadas, formando novas palavras. Também pode ser feita na versão oral e escrita bolo-> lobo cama -> maca
8 - Segmentação fonêmica: Você dá a sílaba e a criança tem que perceber os fonemas que vão forma-la: Ex: pá: ela deve perceber que é o p com o a. Uma alternativa é fazer ditado de fonemas (você diz o som e a criança pega a letra correspondente, digita a letra no teclado ou escreve no papel), ditado de sílabas e, posteriormente, de pequenas palavras. síntese fonêmica: Você mostra o som fos fonemas e pede para a criança dizer o que vai se formar quando as letrinhas se juntarem ou se "abraçarem" ou "derem as mãos" Ex: m...m...mmm junta com o a e faz: A criança deve dizer: má!
Importante: como essas atividades envolvem teste, assim como erro e acerto, tente sempre fazer em forma de brincadeira, faça muita festa quando eles acertarem e, se perceber que a criança está com dificuldade, dê a resposta antes que ela se estresse. Sempre pare antes que a criança queira parar. Quanto mais divertido for o processo, melhor.
Atenção: Crianças com alterações na fala (troca de fonemas) apresentam um desempenho inferior em tarefas de CF, pelo que há maior risco de ocorrência de dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita. Troca de fonemas são comuns e até normais em determinadas idades, mas procure sempre falar corretamente com as crianças e procure ensina-las a pronunciar corretamente as palavras. se notar algum atraso nessa área, vale a pena consultar um fonaudiólogo.
Muita gente se empolga com o método, mas desiste antes de começar por causa do trabalho que dá para preparar o material. Pensando nisso, estou disponibilizando uma lista que tenho com cerca de 1000 palavras em português. Essas são palavras simples para serem usadas na primeira fase do método, mas já servem de base para a confecção dos pares de palavras e orações(fases 2 e 3).
Sugiro que imprimam em papel A4, tamanho 150. Só não deixei o arquivo configurado desta forma para facilitar a leitura e dição do mesmo caso alguém queira colocar ou tirar palavras. Depois de impressas, as palavras podem ser cortadas e coladas em fichas de papel cartão 10 cm x 60 cm.
Para as crianças com mais de 1 ano, o tamanho 100 é mais que suficiente. Aí dá até para fazer em fichas 10 cm x 30 cm.
Este post não tem o objetivo de substituir a leitura o livro "Como ensinar seu bebê a ler", Glenn Doman, editora Artes e Ofícios. Recomendo a leitura do livro, que é rápida e inspiradora, mas pretendo fornecer aqui algumas razões para ensinar bebês a ler utilizando o método Glenn Doman.
Sempre fui fã do método fônico de alfabetização. Fui alfabetizada dessa forma e funcionou. O mesmo aconteceu com meus pais, com minha irmã e com a maioria dos meus amigos. Além disso, achava muito mais simples ensinar as letras é sons, sílabas e, então, partir para as palavras. Assim, a criança poderia em pouco tempo estar lendo e escrevendo qualquer coisa. Muito bonito na teoria e quando se trata de ensinar crianças maiores, mas com bebês simplesmente não funcionava. Uma das razões para isso foi citada no livro:
Os bebês não costumam se interessar por letras isoladamente. Elas simplesmente porque não fazem sentido para eles. A palavra mamãe, quando mostrada, é associada à figura da mãe e se torna interessante, mas não se pode dizer o mesmo sobre a letra M
O segundo motivo (para mim o mais importante), não é citado no livro do Glenn Doman, mas é bem conhecido pelos profissionais que trabalham com alfabetização: Os bebês e crianças pequenas ainda não desenvolveram a lateralidade. Isso significa, em termos práticos, que ao ver a letra a junto com a letra s, mesmo que domine o som isolado das duas letras e que já tenha sido orientado sobre como "junta-las", ela não saberá se deverá ler "sa" ou "as".
A leitura fonética, inicialmente é muito mais lenta. Assim sendo, o esforço e o tempo gastos pela criança para decodificar acaba não permitindo que ela entenda o contexto da frase, deixando a leitura mecânica e desinteressante. A criança que tem um bom vocabulário de palavras inteiras (o que no inglês chamam de "sight words", vai ler de maneira mais rápida e entender melhor o que está escrito. Assim, vai gostar de ler e querer ler sempre mais e mais.
O que recomendo para crianças bem pequenas é o que fiz com meus filhos e o que Glenn Doman recomenda:
1. Comece ensinando palavras inteiras escritas com cores vivas e letras grandes, usando um vocabulário que faça sentido para a criança. (ex: mamãe, papai, nenem, banana, chocalho, bonito, colorido, etc)
2. Depois que a criança dominar um número suficiente de palavras isoladas, comece a introduzir os pares de palavras (nenem bonito, chocalho colorido, etc).
Daqui pra frente é por minha conta... foi o que deu certo com meus filhos, apesar de não ser recomendado pelo livro do Glenn Doman.
Você vai perceber que, se mostrar para a criança duas palavras que ela conhece e pedir que ela leia, ela acertará as palavras, mas não a ordem delas (a frase nenem bonito) poderá ser lida, algumas vezes como "bonito bebê". A medida que você for mostrando as frases e lendo junto com a criança, ela vai entendendo que a leitura deve ser feita da esquerda para a direita. No momento que isso estiver claro e automático para ela, você poderá começar a ensinar sílabas e depois os fonemas. Isso irá ajuda-lo a deduzir as regras da leitura e escrita e diminuirá a frustração e insegurança diante de palavras que ele ainda não foi apresentado, permitindo que ele se torne um leitor independente mais rapidamente. Depois detalho essa parte em outro tópico, OK?
Uma vez, ainda criança, vi na televisão uma reportagem sobre uma mãe que alfabetizou seus filhos, brincando, enquanto ainda eram bebês. As crianças apresentavam uma facilidade enorme para aprendizado em todas as áreas e me pareceram curiosas, seguras e felizes. Na época pensei: "quando tiver meus filhos vou fazer isso com eles".
Muitos anos depois, assim que descobri minha gravidez, me lembrei da reportagem e comecei a procurar na internet qual era o tal método. Foi aí que conheci o método Glenn Doman e o livro "Como ensinar seu bebê a ler" Preparei o material ainda durante a gestação e comecei a "brincar de palavras" com minha filha assim que chegamos da maternidade. Com o tempo, fui ganhando experiência e me sentindo mais segura para fazer modificações que eu achasse apropriadas. Li muito, conheci muitos outros métodos de alfabetização, muitos estudos de neurociência aplicada à educação e muitos métodos de estimulação infantil. Hoje, não acredito que existe uma única forma de educar, mas sim uma forma que melhor se aplica para aquela família naquele momento. Sobre o método Glenn Doman, as lições mais imprtantes que ficaram foram:
1. Nunca duvide do potencial cognitivo dos bebês e crianças pequenas.
2. Qualquer estimulação é melhor que nada.
Começando... Não sou pedagoga ou professora, não tenho experiência em escola, mas sou mãe, médica e uma eterna apaixonada pela educação infantil, desenvolvimento cerebral e impacto da estimulação precoce na formação de indivíduos mais seguros, independentes, criativos e ávidos por aprender. Acredito que a educação (mesmo a formal) não deve ser responsabilidade exclusiva da escola e que grande parte do insucesso da educação em nosso país se deve à falta de compromisso da família com a educação formal dos filhos, principalmente nos primeiros anos de vida. A idéia de criar um blog não foi minha, mas de muitos amigos que acompanharam (e ainda acompanham) minha experiência de ensinar meus filhos desde bem cedo que gostariam de dicas para que pudessem fazer o mesmo com os próprios filhos. Espero que ajude!